Um Dia Qualquer no Outono de Verdade

Acordamos cedo, Caique mais ainda: 4 da manha pra brincar. Tomamos cafe, mas hoje com algo diferente, ja que tivemos que ligar o aquecedor pela primeira vez, acho que fazia 8 graus la fora. As folhas comecam a cair, e as que ainda estao la, ja tomam um tom pastel. Angelica sai de onibus pro frances, num centro comunitario do governo perto daqui, uns 30 min. a pe, mas pra ir eh subida, e o onibus passa pontualmente sempre, sempre na mesma esquina, com sempre o mesmo motorista, e com esse friozinho o nao caminhar eh sempre mais saudavel...
Eu pego o carro (Tks God nos podemos ter um...) e dirijo feliz e tenso pra escolinha, com os dois pitoquinhos a bordo. Tenso pq eh terca com cara de segunda, pois o final de semana foi prolongado, e retornar a escola eh sempre complicado, principalmente... bom vcs ja leram os outros dias...
Chegamos a escola, deixo o Cai, mas a Bibi nao quer ficar... Chegou ate ali contente, mas a hora "H" eh complicada. Tento uma despedida rapida, um papo com a professora pra animar, um pouco de choro, a profa toma ela no colo, dou um "tenham um bom dia" rapido, viro e vou. No caminho em direcao a porta, passo pela classe do Cai e ele ja esta na maior, engatinhando no chao atras da bola, feliz da vida.
Meados de 2005, Sao Paulo, bairro dos Perdizes - um dia comum de primavera, a Bibi com quase 2 anos. Chegamos a escolinha, ela em seu uniforme azul tao pequeno que serviria bem em qualquer boneca tamanho grande, puxa uma mochila em que quase cabe dentro, daquelas de rodinhas, e a profa encarregada da recepcao no portao pergunta a ela:
- Voce vai sozinha ou quer que eu chame a Tia pra te buscar?
Ela, pela primeira vez em nossas vidas, me olha, diz tchau e caminha pelo longo quintal da escolinha ate chegar ao parque e sumir da minha vista.
Hoje, voltando sozinho dirigindo pelo caminho, lembrei daquele dia que tambem foi dificil.